quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

José Oliveira, baleou João Jacinto Garcia



Tentativa de homicídio, fuga, sequestro e suicídio - Saga de crime começa em Fortios e acaba em Tires




O Concelho de Portalegre ficou na sexta-feira, dia 12 de Fevereiro, ligado a uma terrível história com contornos dignos de qualquer obra cinematográfica. Em poucas horas, o País foi testemunha de um enredo complexo que se iniciou com uma tentativa de homicídio na Freguesia de Fortios e terminou, em Tires, com o suicídio do autor dos disparos, já depois do sequestro de uma avioneta na cidade de Évora.



A tentativa de homicídio



Este terrível cenário começou a desenhar-se por volta das 14 horas de sexta-feira, quando um ex-militar da Força Aérea, José Oliveira, de 62 anos, baleou João Jacinto Garcia, de 59 anos, que se encontrava sozinho na sua propriedade. Ao que conseguimos apurar, e apesar de gravemente ferido, a vítima conseguiu fugir do local, tendo percorrido cerca de 200 metros e saltado uma vedação até à estada principal (IP2), onde foi encontrado, já estendido, por um camionista e ainda uma ambulância do Concelho de Nisa.



Com ferimentos graves no ombro e na face, João Garcia foi rapidamente assistido no local pelos elementos da corporação nisense. Consciente do sucedido, e enquanto recebia auxílio médico, o ferido terá ligado ao filho, Nélson Garcia, a quem revelou a identidade do autor dos disparos. Pouco depois, deu-se a chegada do INEM, da VMER e da GNR, a quem o filho da vítima revelou tudo o que tinha conhecimento, incluindo a identidade e a localização da residência de José Oliveira, também em Fortios.



Ao mesmo tempo que João Garcia era transportado para o Hospital de Portalegre, onde entrou em estado considerado grave, os militares do Destacamento Territorial da GNR de Portalegre partiram imediatamente para a residência de José Oliveira, mas a tentativa revelou-se infrutífera. Ao que apurámos, em casa estava apenas a esposa, que não fazia a mínima ideia do paradeiro do fugitivo.



A fuga



A GNR divulgou então a possibilidade de José Oliveira se fazer deslocar numa de três viaturas ligeiras, entre elas um Hyundai Matrix que, de acordo com habitantes da Freguesia, tinha sido visto durante a manhã, junto ao Restaurante "Sobreiro", mas com ambas as matrículas tapadas.



E foi nesse mesmo veículo que José Oliveira se deslocou para o aeródromo de Évora, onde se fez passar por um fotógrafo profissional e explicou que pretendia viajar até Cascais, não só para ir recolher algum equipamento, mas também para captar algumas imagens aéreas. Garantido o voo, o ex-militar faz explodir o Hyundai Matrix, alegadamente com uma bomba artesanal.



O sequestro



Já dentro da avioneta, onde estavam, além do piloto – o sueco Mikael Anderson – dois pára-quedistas, José Oliveira mostrou a arma e revelou a sua intenção de se deslocar para Espanha. No entanto, o piloto sueco seguiu em direcção ao aeródromo de Tires.



Já neste espaço aéreo, José Oliveira forçou os três acompanhantes a saltar, uma vez que o piloto também tinha pára-quedas. No entanto, só os dois militares obedeceram, tendo efectuado um arriscado salto de pouco mais de 350 metros. Seguiu-se uma intensa luta dentro da avioneta, na qual o piloto conseguiu desarmar José Oliveira e, em seguida, forçar a aterragem.



O suicídio



Na sequência da queda, à qual os dois ocupantes da avioneta sobre-viveram ilesos, Mikael Anderson fugiu rapidamente do local onde José Oliveira, depois de uma tarde verdadeiramente alucinante, acabou por se suicidar com um tiro na cabeça.



Ao que apurámos através de informações de vários órgãos de comunicação social que, ao longo de todo o dia, deram especial atenção a todos os momentos desta incrível história, já dentro da avioneta, as forças de segurança encontraram duas armas (uma pistola e a carabina), juntamente com o Cartão Único de José Oliveira e ainda uma cópia de um Bilhete de Identidade falsificado.



João Garcia estável



Não obstante alguma especulação, típica em meios mais pequenos e que remetem para desentendimentos na aquisição de um terreno, ainda não estão apurados os motivos que levaram José Oliveira a cometer este atentado, mas a verdade é que, apesar de ter sido alvejado por duas vezes (no braço esquerdo e na face), João Garcia encontra-se com um quadro clínico estável.



Do local onde foi encontrado e assistido, o homem de 59 anos, casado e com três filhos, foi transportado para o Hospital de Portalegre, onde deu entrada em estado considerado grave. Horas mais tarde, João Garcia foi mesmo transferido de helicóptero para o Hospital de S. José, em Lisboa, onde ainda se encontra neste momento.



Crimes premeditados



Ao que tudo indica, todo este cenário – que muitos dizem parecer digno de um filme de cinema – pode ter sido premeditado. Ao que apurámos, José Oliveira, natural da Beira Interior, ex-militar da Força Área e ex-emigrante em Macau, encontrava-se em processo de separação e a residir no Norte do País há cerca de um ano, e tudo aponta para que este plano assombroso possa ter sido desenhado cuidadosamente. No entanto, e felizmente, o seu desenrolar não correspondeu às expectativas.



Na verdade, existe uma suspeita forte de que o ex-militar terá marcado um voo, em Évora, para as 14 horas. No entanto, a essa hora ainda se encontrava no Concelho de Portalegre, o que fez com que tivesse de alterar ligeiramente os planos. Além disso, a cobertura colocada nas matrículas e o alegado engenho artesanal com que incendiou o Hyundai Matrix são também indícios de que esta saga de crimes poderá ter sido completamente calculada.



Ao que o nosso jornal apurou, José Oliveira terá ainda ameaçado de morte o filho de João Garcia. No entanto, nem a família, nem a população encontram motivos para o sucedido.

Textos: André Relvas
in "Jornal Fonte Nova" 



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

“A Matança do Porco”






Desde os tempos imemoriais que grande parte das famílias rurais, viviam com dificuldades, como forma de subsistência engordavam o porquinho durante o ano para , na altura do frio, fazer a matança da qual a família se iria alimentar grande parte do ano.

Ao longo de séculos, esta prática foi-se enraizando de forma acentuada nas famílias portuguesas.

Mas a tradicional matança do porco, vai mais além que o simples acto de matar tornando-se num acontecimento, em que familiares e amigos num espírito de entreajuda e de festa, depois do porco morto e arranjado todos se reúnem à volta da mesa a saborear o petisco em ameno convívio.

Os tempos foram passando e nos dias de hoje é muito raro haver quem crie o porquinho e faça a matança.

Para não deixar ficar esquecida esta tradição na Aldeia de Fortios, a Junta de Freguesia há três anos, que organiza a matança do porco, no mês de Janeiro. Pretende-se recriar o dia de azáfama da matança tradicional, dar a saborear as sopas de cachola, fevras fritas ou grelhadas a todos os residentes e forasteiros num ambiente de convívio saudável.

Como não poderia deixar de ser a Junta de Freguesia organizou no passado dia 30 de Janeiro “ A matança do porco ” o dia presenteou-nos com um sol radioso acompanhado pelo característico frio, criando assim as condições propícias para que, as duzentas e muitas pessoas ali presentes, ornamentassem o Largo da Boavista e desfrutassem de um dia em cheio.

De seguida poderá ver algumas fotografias, cedidas pelo Sr. António João Casqueira.